Eu e as minhas músicas

(Parte da minha história)

 

Clarício de Araújo

 

Como disse alguém: ‘recordar é viver’. Por isso eu vivo a recordar os tempos em que ouvia várias emissoras de rádio e entre elas, a que mais me marcou, foi a Rádio Atalaia de Curitiba. Por isso eu trago comigo muitas lembranças de um tempo dourado onde as canções embalavam os nossos sonhos. Este gostar de ouvir músicas me acompanha desde as minha infância, do velho toca-discos, do rádio e de trabalhar em rádio, como operador de som (sonoplasta) que fui. Hoje continuo a ouvir estas músicas através do computador no formato MP3. Graças a essa tecnologia pude recuperar inúmeras canções e até mesmo ter outras que ficaram perdidas no tempo.

Entretanto, o fato de ouvir as “velharias”, com dizem os jovens, não me prende ao passado de forma efetiva, mas me transporta apenas a um momento especial, pois, os dias em que vivenciamos alegres e acompanhados pelas letras e melodias saudáveis, jamais se apagarão das nossas memórias. Eles somente ficaram distantes no tempo, porém, vivos dentro de nós. E isso, o tempo não vai apagar.

Lembro bem dos títulos e das melodias que ecoavam do velho radinho ou da vitrolinha (toca-discos); do locutor que anunciava a canção: “Roberto Carlos, de Roberto e Erasmo, A Distância”, ou “Pholhas, de Satisteban e Malagutti, My Mistake...” E assim se passavam os dias, sempre ao som de belas composições que, em algum momento pareciam ser feitas pra gente... nos tocava e emocionava e por fim, era o mundo que imaginávamos.

Por isso essas canções são para mim, um acervo inestimável e mesmo que não digam nada para muitos, elas são parte da minha história que já dura setenta anos.

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